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Operação Lua

CASO TANCOS. JUIZ DE INSTRUÇÃO CARLOS ALEXANDRE AUTORIZOU TUDO

Operação Lua

Uma investigação paralela, com agentes encobertos, visou o principal acusado do processo das armas de Tancos e foi assim batizada pela PJ. Começou a 31 de julho de 2017 e…

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Tribunal arresta contas de Isabel dos Santos

JUSTIÇA

Tribunal arresta contas de Isabel dos Santos

O Tribunal Provincial de Luanda ordenou ontemo arresto das contas bancárias e das participações de Isabel dos Santos e do marido Sindika Dokolo, nas empresas em que têm posição acionista, casos…

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MAIORIA aplaude colaboração premiada

MAIORIA aplaude colaboração premiada

JUSTIÇA Grupo de trabalho aperfeiçoa regime de redução de penas para quem decide colaborar

APOIO PSD admite negociar com o Governo

JANETE FRAZÃO

Quem colabore com a Justiça em casos de corrupção deve ser premiado. É esta a convicção da maioria dos portugueses (51,2%), segundo uma sondagem da Intercampus para o CM, e que diz respeito a uma matéria que une Governo e PSD.

O Executivo de António Costa criou um grupo de trabalho, sob a tutela do Ministério de Francisca Van Dunem, com vista a delinear, no prazo de três meses, uma estratégia plurianual de combate à corrupção. Entre as medidas que serão propostas está a adoção da figura da colaboração premiada, que, embora já esteja prevista na lei portuguesa, deverá ser alvo de ajustes, com o objetivo, entre outros, de eliminar a existência do prazo limite para a denúncia, queéde30dias. “O mais importante é encontrar uma solução que dê uma resposta às necessidades que há de proteção de quem colabora com a Justiça”, sustentou recentemente Francisca Van Dunem, que recusa falar em “delação”, optando antes por “colaboração”.

A intenção do Governo de reduziras penas para quem denuncie crimes de corrupção encontrou desde logo resistências no PS, com o presidente, Carlos César, a dizer que o regime ‘não descobre a verdade, compra a verdade”. PCP e BE também têm reservas (ver ao lado). Já o PSD não exclui a possibilidade de adotar o mecanismo.

“É preciso ter muito, muito, muito cuidado, porque presta-se facilmente a medidas populistas e isso eu não quero”, alertou Rui Rio, no dia 18 de dezembro.

Por ocasião do Dia Internacional Contra a Corrupção (9 de dezembro) , o Presidente da República defendeu um “claro consenso nacional” nesta matéria, esperando que este “se traduza em medidas concretas” ainda “na nova legislatura”. NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

PORMENORES

Bloco contra mecanismo

Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, considerou “pouco aconselhável” lançar a proposta da delação premiada, certa de que “pode bem criar-se mais ruído para menos resultados”.

PCP com reservas

Jerónimo de Sousa, do PCP, defende que “não há bons nem maus delatores”, e, por isso, considera que “devemos tratar [a delação premiada] com a sensibilidade que a questão coloca na vida das pessoas.”

CDS aplaude regime

O CDS-PP, através de Telmo Correia, fez-saber que concorda com a delação premiada e que esta é fundamental para tornar a “investigação mais sólida”.

PAN apoia anonimato

O PAN defende a garantia do “anonimato e segurança dos denunciantes” ao mesmo tempo que “a informação por aqueles prestada é protegida”.

Costa sai em defesa do mecanismo e usa BES

“É importante avançar em mecanismos mais negociais de aplicação de penas, porque isso é fundamental para a credibilização da Justiça”, disse recentemente o primeiro- -ministro, António Costa, ao ‘Público’, dando como exemplo o caso BES e o facto de ainda ninguém ter sido julgado.

LEGISLAÇÃO | SEM GARANTIAS

A lei atual já prevê a possibilidade de redução ou isenção de penas, em casos relacionados com corrupção, tráfico de influências ou peculato, mas impõe um prazo de 30 dias para a denúncia ser feita. A lei conforme está em vigor também não dá garantias a quem opte por denunciar o crime.

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Maioria do Supremo apoia criação de juiz de garantias

Maioria do Supremo apoia criação de juiz de garantias

Seis integrantes da Corte ouvidos pelo ‘Estado’indicaram ver com bons olhos a divisão entre dois juízes na condução e no julgamento dos processos

BRASÍLIA – A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) apoia a criação do juiz de garantias, prevista na lei anticrime sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 25. Seis integrantes da Corte ouvidos pelo Estado indicaram ver com bons olhos a divisão entre dois juízes na condução e no julgamento dos processos. Entenda o que é um juiz de garantias.

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Entenda o que é um juiz de garantias.

A medida já foi contestada pelo Podemos e pelas associações dos Magistrados Brasileiros (AMB) e dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), que recorreram ao Supremo para suspender o dispositivo, previsto para entrar em vigor no dia 23 de janeiro, em todo o País.

Ao longo dos últimos dias, o Estado conversou com ministros do STF para medir o humor da Corte com a instituição do juiz de garantias, duramente criticada por associações de magistrados e nos bastidores de tribunais superiores, onde o pacote anticrime ganhou a fama de “Frankenstein”. A resistência é menor no Supremo, ainda que haja questionamentos reservados sobre a viabilidade de implantar a lei em um prazo tão curto de tempo.

“O juiz de garantias é um avanço civilizatório”, disse ao Estado o ministro Ricardo Lewandowski, uma das vozes mais críticas no STF ao que considera excessos cometidos pelo Ministério Público em investigações.

Para o ministro Gilmar Mendes, árduo crítico dos métodos empregados pela Operação Lava Jato, o pacote anticrime e a lei de abuso de autoridade foram os “dois projetos mais importantes da década” na área do Judiciário. “Quero cumprimentar o Congresso, especialmente a coordenadora dos trabalhos (a deputada Margarete Coelho, do PP) e o presidente pela sanção”, afirmou Gilmar à reportagem.

De acordo com a lei, o juiz de garantias deverá conduzir a investigação criminal, em relação às medidas necessárias para o andamento do caso (como autorizar operação de busca e apreensão e quebra de sigilo telefônico e bancário) até o recebimento da denúncia. O prosseguimento da apuração e a sentença do réu ficarão a cargo de outro magistrado. Na avaliação do ministro Marco Aurélio Mello, a proposta é uma “opção política-normativa interessante”. “É aguardar a experiência, vejo com bons olhos”, comentou.

Como revelou o Estado, Bolsonaro recebeu aval do presidente do STF, Dias Toffoli, para sancionar a medida. O resultado impôs um revés ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, que havia recomendado o veto ao item, apontando dificuldades para torná-lo viável.

Plantão. O relator no STF das ações contrárias ao juiz de garantias é o ministro Luiz Fux, que assumirá o plantão do tribunal de 19 a 29 de janeiro, ficando responsável por decisões sobre casos considerados urgentes. Procurado pela reportagem, o gabinete de Fux informou que o ministro está fora do Brasil e não se manifestaria.

Integrantes da Corte avaliam que, se Fux der uma liminar para suspender a medida, isso representará um “enfrentamento” a Toffoli, que criou um grupo de trabalho no âmbito do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para discutir o tema e propor, até 15 de janeiro, uma norma para a aplicação do pacote. Na visão de Toffoli, a medida não pode retroagir, deve ser aplicada para processos futuros e só vale para a primeira instância.

“Já há experiências exitosas que garantem maior imparcialidade do magistrado que vai julgar a causa sem estar contaminado pela coleta das provas. Essa é a característica do juiz de garantias”, afirmou o presidente do Supremo ao Estado. Toffoli prevê um regime de transição de seis meses para a implantação da medida.

Em nota enviada à reportagem, o decano do STF, ministro Celso de Mello, disse que a criação do juiz de garantias é uma “inestimável conquista da cidadania”. “Além de assegurar a necessária imparcialidade do magistrado, representa a certeza de fortalecimento dos direitos e garantias fundamentais da pessoa sob investigação criminal”, afirmou o decano à reportagem.

O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, considera o juiz de garantias uma “opção legítima” feita pelo Congresso. “Há muitas críticas sobre o ‘juiz de garantias’, sem, contudo, se procurar entender do que se trata. Haverá, como em vários países, uma divisão de competências entre juízes, ambos serão independentes e com as garantias da magistratura. Parece-me que afirmar que a divisão de competências atrapalhará as investigações é considerar que um juiz pode ser melhor que o outro”, analisou Moraes, em entrevista ao Estado publicada nesta segunda-feira.

Corrupção. Um parecer do último dia 17, elaborado pela equipe de Moro e assinado em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), observa que em crimes complexos, como corrupção e lavagem de dinheiro, a investigação se desenrola por vários anos, se dividindo em diversas fases ou operações.

“Nesses casos, o juiz, durante a fase investigativa, tem fundamental importância, haja vista que acompanha todo o desenrolar da atuação policial e do Ministério Público. Ao cindir as atribuições, contudo, todo este trabalho árduo de anos seria ‘perdido’, e, com ele, a experiência e o conhecimento do magistrado, o que, certamente, dificultaria ou, até mesmo, inviabilizaria a elucidação de casos complexos”, alerta o documento.

Ex-juiz federal da Lava Jato em Curitiba, Moro tem recorrido ao Twitter para demonstrar sua insatisfação com a sanção do juiz de garantias. “Leio na lei de criação do juiz de garantias que, nas comarcas com um juiz apenas, 40 por cento do total, será feito um ‘rodízio de magistrados’ para resolver a necessidade de outro juiz. Para mim é um mistério o que esse ‘rodízio’ significa. Tenho dúvidas se alguém sabe a resposta”, escreveu o ministro na última sexta-feira, 27, enquanto passa férias no Canadá.

Resistência. Apesar do apoio da maioria do Supremo, juízes de primeira instância, que serão diretamente afetados pela medida, têm demonstrado resistência. Para o presidente da Ajufe, Fernando Mendes, a diferença de entendimento sobre a novidade é uma questão de interpretação da aplicação da lei.

“A questão é saber se a maneira como ela foi criada será considerada correta”, aponta Mendes.

Em 2019, ao menos dois julgamentos importantes indicaram para uma maioria “garantista” na composição atual da Corte. A proibição da prisão após condenação em segunda instância e o entendimento de que réus delatados, alvos de acusações, devem falar depois dos delatores na etapa final dos processos fortaleceram a ala de ministros que destaca o princípio constitucional da presunção de inocência e os direitos fundamentais dos investigados.

O presidente da Ajufe, no entanto, entende que o atual sistema judicial no Brasil já estabelece uma série de garantias ao acusado, a começar pelas “três instâncias” a quem o condenado pode recorrer – os tribunais regionais e estaduais, o STJ e o STF. “Só pegar o andamento desse caso do filho do presidente e ver que uma investigação que ainda está na fase de inquérito pode ser controlada pelo Supremo. Nenhum país do mundo tem esse sistema”, disse, em referência à investigação do Ministério Público envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ). / COLABOROU AMANDA PUPO

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