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Setor vive momento complexo

Setor vive momento complexo

A advocacia tem vários desafios pela frente. Desde o ingresso dos licenciados no mercado de trabalho, passando pelas custas judiciais e pela procura de novas formas de prestar serviços jurídicos, até à integração da tecnologia na profissão.

Uma profissão nobre, mas com diversos problemas para resolver no presente e bastantes desafios para o futuro. Assim se apresenta hoje a advocacia. Histórica, apelativa e apaixonante, a profissão de advogado(a) mantém hoje a sua atração. Segundo a PORDATA, existiam no ano passado mais de 32 mil homens ou mulheres licenciados em Direito inscritos na Ordem dos Advogados. Mais concretamente, está a falar-se de 17.751 advogadas e 14.617 advogados, perfazendo um total de 32.368 profissionais. O que significa que existem cada vez mais advogados em Portugal. Na realidade, o número tem vindo a crescer de modo geral desde 1960, com apenas algumas exceções. E há dez anos que o número de licenciados em Direito cresce ininterruptamente.

O setor que abrange estes milhares de profissionais tem problemas prementes. O acesso dos mais novos ao mercado de trabalho não é fácil, como recorda neste trabalho Ana Rita Duarte de Campos, presidente do Instituto de Apoio aos Jovens Advogados (IAJA). “A maior parte dos jovens advogados, quer exerçam em prática societária, quer em prática individual, tem imensas dificuldades em afirmar-se na profissão. Os segundos enfrentam ainda o problema dos custos acrescidos, inerentes ao seu estabelecimento. É difícil criar espaço na profissão”, assegura. Não obstante, acredita que as gerações mais novas vão “transformar” a profissão e quem disser o contrário “ficará no contraciclo da história”. Quanto às soluções para os problemas passam por uma maior “união e solidariedade” entre todos os advogados, vaticina.

Por sua vez Manuel Fontaine, diretor da Escola do Porto da Faculdade de Direito – Universidade Católica Portuguesa, afirma que os jovens advogados que concluíram a sua licenciatura ou mestrado em Portugal enfrentam, pelo menos, sete desafios, para os quais a escola procura preparar adequadamente: “excelência técnica, que é a base de tudo, competência comunicacional, competência prática forense, disposição para o repto internacional, especialização numa determinada área do Direito, entendimento do mundo ‘real’, pela interdisciplinaridade, e compreensão do crescente mundo digital”.

Num sentido mais lato, Manuel Fontaine fala dos desafios do setor da advocacia em Portugal.

Para si, o principal desafio será o de explorar novas formas de prestar serviços jurídicos à população portuguesa. “Tendencialmente, as pessoas procuram um advogado quando algo já correu mal e há um litígio pendente”, começa por recordar e prossegue: “É preciso conseguir mostrar às pessoas que devem recorrer à advocacia como quem recorre ao médico de família, desde logo numa perspetiva preventiva e de acompanhamento permanente relativamente aos mais importantes negócios jurídicos que a pessoa enfrenta ao longo da vida. É preciso, portanto, mostrar que, além das sociedades de advogados, mais viradas para as empresas, existe também espaço para os ‘advogados de família’.”

Já Guilherme Figueiredo, bastonário da Ordem dos Advogados, aponta em entrevista neste especial alguns problemas do setor como “as custas judiciais, cujo valor afasta desde logo a classe média da reivindicação dos seus direitos, uma errada visão sobre a importância dos tribunais, desvalorizando-os enquanto centro de coesão social, e um acesso ao direito e aos tribunais com uma base subjetiva de acessibilidade estreita”.

Afirma ainda que a utilização das novas tecnologias por vezes cria a “miragem de que a justiça se alcança, de forma rápida e indolor, fora do seu espaço próprio, negando a importância da advocacia”.

A inteligência artificial

Pegando precisamente nas novas tecnologias e no impacto que vai ter no setor, este tema tem sido um dos mais debatidos, discussão, aliás, transversal a outras áreas e profissões. Questionado como prevê que a inteligência artificial, e a tecnologia, vá alterar o setor jurídico em Portugal, Guilherme Figueiredo diz não ter dúvidas de que vai mudar, como tem vindo a mudar, mas a questão não é essa, realça. “O problema é como se integram e para que fim as novas tecnologias. Estas são como o colesterol, que tanto pode ser bom como mau, pelo que exige mais conhecimento e compreensão da realidade e da história”. Depois da analogia, prossegue: “Há mudanças, ou formas de a concretizar que podem negar direitos fundamentais, fragilizar o Estado de direito, impor poderes ínvios. Um exemplo: criou-se o balcão do despejo que não serve para nada; transferiram-se competências do tribunal sobre a área da família que a desvalorizaram, criaram-se e equipararam-se os tribunais com máquinas para uma melhor organização, mas esqueceram-se de quem faz parte do tribunal ou que o primacial era equiparem-se de tecnologia capaz de gravações vídeo e áudio. Podia continuar os exemplos.”

Sobre as vantagens que as novas tecnologias trazem aos processos e aos escritórios de advogados, o bastonário da Ordem dos Advogados responde que “bem utilizadas serão importantes”. “Por exemplo, para o conhecimento e a compreensão sobre a legislação, doutrina e jurisprudência, cruzando-as sobre um dado tema em pelito. Igualmente, para uma gestão racional dos escritórios.”

O ensino superior está igualmente atento a esta temática e, por exemplo, a Escola do Porto da Faculdade de Direito – Universidade Católica Portuguesa organizou recentemente uma mesa-redonda sobre “Inteligência Artificial na Prática Jurídica”. A mesma escola tem uma disciplina de licenciatura designada Law and Technology e tem previsto lançar para breve uma nova pós-graduação em Direito e Tecnologia, conta o professor Manuel Fontaine.

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Tancos. António Costa chamado como testemunha de defesa

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Azeredo Lopes pediu o requerimento de abertura de instrução, onde constam outras oito testemunhas.

O primeiro-ministro António Costa consta na lista de nove testemunhas indicadas por Azeredo…

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O que José Sócrates quer que eles digam

OPERAÇÃO MARQUÊS. A INSTRUÇÃO CAMINHA PARA O FIM

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Ouvido durante mais de 20 horas, o antigo primeiro-ministro garantiu nada saber sobre os principais temas em causa no processo. Agora cabe a outros confirmar…

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Investiguem lá tudo

PROCESSO. UM CASO AINDA MUITO LONGE DO FIM

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O procurador Orlando Figueira exige que seja descoberta a origem do dinheiro que o tribunal diz que serviu para o corromper.

O novo processo que nasceu da Operação Fizz está lançad…

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Quando ouvir dizer mal dos partidos, pense nisto

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Sabemos como é a conversa nos dias que correm. Diz-se que os partidos já não são o que eram, que já não nos representam, que não pensam nos interesses do país, que deviam abrir-se mais à sociedade, que…

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Cofre do amigo guardava luvas de Sócrates

Cofre do amigo guardava luvas de Sócrates

REVELAÇÃO Carlos Santos Silva conta que tinha um cofre em casa no qual guardava milhões de euros DEPOIMENTO Empresário e amigo de Sócrates revela que guardava alegadas verbas que não eram declaradas

TÂNIA LARANJO/DÉBORA CARVALHO

Falou do cofre e riu-se. Foi Carlos Santos Silva, o amigo de José Sócrates, quem fez de imediato a analogia com o seu melhor amigo. Sócrates tinha dois cofres – o da tia-avó e o do BPI – Carlos Santos Silva apenas um. Guardava dinheiro, mas no caso do empresário da Covilhã escondia os milhões porque eram luvas não declaradas. As revelações foram feitas ontem, no Tribunal Central de Instrução Criminal, quando o amigo de José Sócrates explicou que comprou as salinas de Angola – mais tarde negociadas com a família Pinto de Sousa comos milhões que tinham guardados.

A tese agora defendida é que 6,5 dos 23 milhões arrecadados ” na Suíça, e que o Ministério Público diz serem de Sócrates, foram lucros desse negócio, do qual nunca houve qualquer rasto da compra.

Disse Santos Silva que ao longo dos anos foi guardando me tadedo dinheiro que ganhava “debaixo da mesa”, em luvas que não declarava. Disse ainda que era dinheiro que fugia ao controlo fiscal.

Este depoimento ontem prestado ao juiz Ivo Rosa contraria o que já tinha sido dito no inquérito por Paulo Pinto de Sousa, primo de Sócrates. A testemunha assegurara que não houve negócio, Santos Silva nunca fora seu sócio nas salinas. Mais: garantiu ainda que nem sequer conhecia o amigo do primo.

Esta explicação, de que tinha havido um negócio com salinas

em Angola, já tinha sido avançada em 2014 ao juiz Carlos Ale xandre.Na altura, o empresário assegurou que a venda das salinas foi então o seu primeiro grande negócio que permitiu que enriquecesse e que começasse a sua fortuna.

José Paulo Pinto de Sousa, também arguido, disse depois que terá ganhado com o mesmo negócio qualquer coisa como nove milhões, dinheiro esse que acabou por ser usado por José Sócrates. Recorde-se que no mesmo negócio volta a surgir o Banco Espírito Santo. Foi o grupo que comprou os terrenos, claramente inflacionados. O objetivo era dar corpo a um gigantesco projeto imobiliário de 1,4 mil milhões de dólares, com , vendas de imóveis de valores ainda superiores. O projeto nunca passou do papel e o prejuízo acabou por recair no banco de Ricardo Salgado. Notícia exclusiva da edição em papel

Primo sugeriu abertura de conta bancária na Suíça

Carlos Santos Silva disse que foi o primo de Sócrates quem lhe sugeriu, em 2006, que abrisse uma conta bancária na Suíça. O argumento foi que seria mais fácil transferir para Santos Silva o dinheiro que o empresário emprestara ao pai de José Paulo.

INQUÉRITO | ABERTURA EM 2013

O processo da Operação Marquês foi aberto em julho de 2013, na sequência da extração de uma certidão do inquérito do Monte Branco para o caso Marquês. Integrou também a denúncia que a CGD apresentou à PJ, em 2012, sobre transferências suspeitas da mãe de Sócrates para este.

PEDRO DELILLE | ADVOGADO IRRITADO

Pedro Delille, advogado de José Sócrates, mostrou-se ontem visivelmente irritado à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal. O advogado criticou o facto de a comunicação social ter revelado o interrogatório do antigo primeiro-ministro. Sobre o interrogatório de Santos Silva nada disse.

ACUSAÇÃO | 28 ARGUIDOS

O MINISTÉRIO PÚBLICO ACUSOU 28 ARGUIDOS, ENTRE OS QUAIS RICARDO SALGADO, EX-LÍDER DOBES, ARMANDO VARA, EX- -MINISTRO, E SOFIA FAVA, EX- -MULHER DE SÓCRATES.

VERBAS | BATAGLIA INTERMEDIÁRIO

Hélder Bataglia terá transferido para Carlos Santos Silva, segundo a acusação da Operação Marquês, 12 milhões de euros em luvas, alegadamente pagas a Sócrate&com origem no Grupo Espírito Santo (GES). Quando foi ouvido no inquérito, Bataglia disse que fez essa transferência para Santos Silva a pedido de Ricardo Salgado.

Os cadáveres e o milagre da multiplicação

TÂNIA LARANJO REDATORA PRINCIPAL

Com as vestes do Estado Novo, Carlos Pinto de Abreu, um ilustre advogado que chegou a dirigente da Ordem, pediu a detenção dos jornalistas que à porta do Tribunal Central de Instrução Criminal noticiavam o interrogatório de Carlos Santos Silva. Qual Salazar renascido, o digníssimo causídico recuou há 52 anos e tentou repetir a História. Se omitirmos que houve 700 mortes, pensou o outro nos idos anos 60, os portugueses continuarão contentes e felizes sem perceber a dimensão das cheias. Carlos Pinto Abreu não é diferente do democrata de Santa Comba Dão. E seguramente os motivos também foram nobres: sem jornalismo não saberíamos que o milagre da multiplicação dos pães – ou dos cofres serepetiu em Portugal, mas agora sem ajuda divina. E os portugueses continuariam felizes e contentes, sem sentir o cheiro dos cadáveres-.

Freeport gerou mudança de plano

As notícias sobre o caso Freeport e a sua associação a Sócrates e José Paulo terão dado origem a uma mudança de planos: a partir de fevereiro de 2008, segundo a acusação, José Paulo foi substituído por Santos Silva como testa de ferro de Sócrates.

OUVIDO CINCO HORAS

O interrogatório a Carlos Santos Silva durou cerca de cinco horas.

CONTINUA HOJE

A inquirição continua hoje.

O juiz Ivo Rosa ainda tem mais questões para Santos Silva.

ADVOGADA

A advogada Paula Lourenço, que defende Santos Silva, não quis falar aos jornalistas.

PAUSA DE 20 MINUTOS

Foi feita ontem uma pausa de cerca de 20 minutos, a meio do interrogatório.

SÉRGIO MONTEIRO | TESTEMUNHA

O ANTIGO SECRETÁRIO DE ESTADO DOS TRANSPORTES, SÉRGIO MONTEIRO, VAI SER INTERROGADO COMO TESTEMUNHA NO DIA 4 DEZEMBRO.

BAVA | GESTOR ACUSADO

Zeinal Bava, ex-gestor da PT, também foi acusado no processo Marquês. O Ministério Público diz que terá sido corrompido por Ricardo Salgado para favorecer os interesses da PT junto do Grupo Espírito Santos. Zeinal Bava nega a alegada corrupção.

PROCURADOR | NADA DE NOVO

O PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO ROSÁRIO TEIXEIRA DISSE NÃO ESPERAR NADA DE NOVO NO INTERROGATÓRIO DE SANTOS SILVA, QUE ESTEVE LIGADO AO GRUPO LENA.

Santos Silva vai à igreja antes de ser interrogado

EXCLUSIVO Amigo de José Sócrates rezou, na manhã de ontem, durante cerca de dez minutos INTERROGATÓRIO Carlos Santos Silva esteve na Igreja de São João de Deus, no centro de Lisboa, antes de ser ouvido pelo juiz de instrução Ivo Rosa

DÉBORA CARVALHO/TÂNIA LARANJO

Carlos Santos Silva, amigo de José Sócrates e arguido no processo Marquês, é um homem de fé. Ontem, horas antes de ser interrogado pelo juiz Ivo Rosa, rezou durante dez minutos. O CM acompanhou, em exclusivo, a deslocação do empresário à Igreja de São João de Deus, no centro de Lisboa.

Esta é uma das raras aparições de Santos Silva. Nos últimos meses, o amigo de Sócrates tem-se refugiado em casa. Vive num luxuoso apartamento na zona do Alto dos Moinhos, em Lisboa. A mulher, Inês do Rosário, também es tá acusada de ‘lavar’ o alegado dinheiro de José Sócrates. O Ministério Público acusou Santos Silva de 33

crimes – corrupção passiva, branqueamento de capitais, fraude fiscal, fraude fiscal qualificada e falsificação de documentos. É suspeito de ser o testa de ferro do antigo primeiro- -ministro.

Carlos Santos Silva diz que ajudou Sócrates com empréstimos que somam mais de 500 mil euros, mas não há qualquer rasto destas entregas, que eram sempre em numerário. Quando foi interrogado, em novembro de 2014, pelo juiz Carlos Alexandre, garantiu que sempre apontou aquilo que o amigo lhe devia, mas que entretanto tinha destruído esses registos. Santos Silva disse ainda que ajudou Sócrates para que este mantivesse “um certo nível de vida”. NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL

SUBORNOS | GRANADEIRO EM CAUSA

Henrique Granadeiro é suspeito de ter recebido alegados pagamentos de luvas do Grupo Espírito Santo (GES), no valor de cerca de 20 milhões de euros, como contrapartida de decisões favoráveis ao GES quando era presidente da Portugal Telecom (PT). Granadeiro já negou que tenha recebido subornos.

VERSÃO AMIGO OFERECEU-SE

JOSÉ SÓCRATES DISSE AO JUIZ IVO ROSA QUE NUNCA FOI UM PEDINTE NEM MENDIGO E QUE FOI CARLOS SANTOS SILVA QUEM SE OFERECEU PARA O AJUDAR.

DEFESA | INVOCA VÁRIAS NULIDADES

A defesa de Carlos Santos Silva alega que a prova obtida na averiguação preventiva no âmbito de processos administrativos é nula por intromissão na sua vida privada, falta de controlo do Ministério Público e pela não exportação de toda a prova para a fase de inquérito. Santos Silva não fez comentários nem à entrada, nem à saída.

“SANTOS SILVA É UM HOMEM HONESTÍSSIMO”

Em outubro, no seu interrogatório na fase de instrução, José Sócrates disse que o amigo era “honestíssimo” e que lhe emprestou dinheiro, tendo-lhe já devolvido 250 mil euros. Carlos Santos Silva teria, segundo o MP, colocado nas suas contas, nomeadamente na Suíça, dinheiro do antigo primeiro- -ministro.

MP diz que casa de Paris pertence a José Sócrates

José Sócrates foi estudar para Paris depois de sair do governo. Foi viver para um apartamento comprado pelo amigo Carlos Santos Silva. O Ministério Público sustenta, no entanto, que a casa pertence a José Sócrates e que Santos Silva é apenas o dono formal do imóvel. Nas escutas telefónicas, Sócrates discute com o amigo a cor do pavimento do apartamento, que foi remodelado, como se fosse dono. O antigo governante nega que seja o proprietário.

PORMENORES

Ajudas à amiga

Sandra Santos, a amiga de José Sôcrates que vivia na Suíça, recebeu cerca de 100 mil euros de Carlos Santos Silva. Sôcrates garantiu ao juiz que Sandra também era amiga de Santos Silva.

Milhares em viagens

Era Santos Silva quem pagava a maioria das férias de José Sôcrates. 0 antigo primeiro-ministro disse a Ivo Rosa que levava sempre dez mil euros, dados pela mãe, para pagar “almoços e jantares”.

20 horas de inquirição

José Sócrates foi interrogado cerca de 20 horas pelo juiz Ivo Rosa, durante cinco dias. O magistrado designou três dias para inquirir Carlos Santos Silva.

Hoje é o segundo.

Debate instrutório

O debate instrutório está marcado para o final de janeiro de 2020. Antes disso, será ouvido o primo de Sôcrates e testemunhas arroladas pelo antigo primeiro-ministro.

“Quem tem medo de levar 10 mil €?”

“Senhor juiz, mas quem é que tem medo de levar 10 mil euros para as férias? Não é comum, hoje em dia? A minha mãe dava-me o dinheiro e eu levava-o. Era assim que se passava…”, afirmou José Sôcrates ao juiz Ivo Rosa. O antigo primeiro-ministro revelou que a mãe herdou uma fortuna nos anos 80 de um milhão de contos, cerca de cinco milhões de euros. E que Maria Adelaide Monteiro guardava o dinheiro num cofre. A alegada fortuna da mãe é a principal fonte de contradições do antigo governante.

Mãe financiou campanha eleitoral

POSIÇÃO Santos Silva dá nova versão

Carlos Santos Silva deu ontem mais uma informação sur preendentesobre a mãe de José Sôcrates: o amigo do antigo primeiro-ministro disse ao juiz Ivo Rosa que Maria Adelaide foi sempre muito rica e pagou as campanhas eleitorais do filho.

A nova versão de Santos Silva é diferente do que disse na fase de inquérito ao juiz Carlos Alexandre, em 2014: nesse interrogatório, o amigo de Sôcrates afirmou que emprestou dinheiro a Sôcrates para este manter o status social e porque sabia que ele tinha compromissos com a subsistência da mãe.

Segundo a investigação feita ao património da mãe de Sôcrates, que está nos autos do caso Marquês, Maria Adelaide tinha um património modesto e não há indícios de que tenha herdado um milhão de contos (cinco milhões de euros) do pai, como disse Sôcrates.

No processo Marquês, existem interceções telefónicas em que a mãe de Sôcrates diz que não tem dinheiro e afirma que está “depenadinha.” Nessas situações, Sôcrates disse que ia tratar do assunto.

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