Sonhos encarnados
por
MIGUEL SOUSA TAVARES
Um frémito de emoção, de incontida alegria, de indisfarçável alívio, percorreu todo o universo benfiquista com a detenção de Rui Pinto
Perguntava-me como é que o Benfica que tinha visto fazer um mise…
Sonhos encarnados
por
MIGUEL SOUSA TAVARES
Um frémito de emoção, de incontida alegria, de indisfarçável alívio, percorreu todo o universo benfiquista com a detenção de Rui Pinto
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PROTESTO
Greve pára PJ durante um mês
Uma greve às horas extra e no horário de expediente, convocada pelos três sindicatos da PJ – investigação, segurança e técnicos -, vai condicionar as investigações durante o mês de fevereiro. Em causa, de aco…
PROTESTO
Greve pára PJ durante um mês
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Crime de Vale fica sem castigo
Tribunal de Contas aprova Carta Ética para pôr os princípios à frente das regras
Leonete Botelho
Documento vale para todos os que trabalham para a entidade que fiscaliza as contas das instituições públicas
Ser a sede do Conselho de Prevenção d…
PSP em alerta máximo contra novos ataques a esquadras e viaturas
Rogério Matos
Violência A PSP está em alerta máximo por causa de suspeitas de novos ataques a esquadras e viaturas nos bairros problemáticos de Setúbal e Lisboa. Durante a noite de segunda-feira e a madrugada de ontem ocorreram atos de vandalismo, no que será uma reação às acusações de violência policial no Bairro da Jamaica, no Seixal, e na Baixa lisboeta.
As esquadras nas zonas sensíveis são alvo de “atenção redobrada”, refere ao JN fonte da PSP de Setúbal.
O reforço de policiamento traduz-se na presença de elementos da Unidade Especial de Polícia na esquadra da Bela Vista, em Setúbal, bem como em zonas problemáticas de Odivelas.
Pelas três horas da madrugada de ontem, um grupo indeterminado de indivíduos arremessou três cocktails molotov contra as paredes e entrada da esquadra do Bairro da Bela Vista, tendo danificado o edifício e a viatura particular de um agente da PSP. Os agressores fugiram. Até ao fecho desta edição, não tinham sido identificados.
O ataque apanhou de surpresa os agentes da PSP e também moradores. Alertado pelo clarão, Eduardo Fina, morador em frente à esquadra, acorreu à janela, mas não viu vivalma na rua.
Apenas detetou um agente da PSP a pontapear um cocktail molotov que fora arremessado para a escadaria de acesso à esquadra.
“Antes do clarão não ouvi qualquer barulho que fizesse antever isto, estava tudo calmo”, afirma o morador, de 67 anos.
Durante a manhã, a Polícia Judiciária de Setúbal recolheu indícios no local, mas não são conhecidas detenções.
CONDENAÇÕES
Em Odivelas, na noite de segunda-feira, pelas 21,40 horas, no Bairro da Codivel e na Urbanização Casal da Paradela, na Póvoa de Santo Adrião, novos arremessos de cocktail molotov resultaram na destruição de 11 caixotes do lixo e quatro viaturas parqueadas na via pública. Outros cinco automóveis sofreram danos. Na sequência desta onda de violência, um jovem de 18 anos foi detido por fogo posto, mas acabou libertado.
O Sindicato Nacional da Polícia condenou os atos e responsabiliza as “declarações insensatas de responsáveis políticos e da Associação SOS Racismo” pelos “incentivos gratuitos à violência contra polícias”.
Por seu lado, forças políticas locais criticam a falta de meios e efetivos nas forças de segurança. “O Governo tem que dar um sinal concreto de apoio às forças de segurança, que tão maltratadas têm sido nos últimos anos”, lê-se em nota do PSD de Setúbal.
Já o CDS de Odivelas considera ser “evidente a falta de meios humanos e de meios móveis da esquadra da PSP de Odivelas e da esquadra de Trânsito da PSP da Póvoa de Santo Adrião”.
Incendiário solto
Um jovem de 18 anos detido em Santo António dos Cavaleiros, concelho de Loures, saiu em liberdade, indiciado por fogo posto. O caso vai ser investigado com a colaboração da PSP.
IGAI e MP averiguam
A Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) está a acompanhar o inquérito da PSP para apurar eventuais responsabilidades sobre a intervenção policial no Bairro da Jamaica, Seixal. Também o Ministério Público (MP) abriu um inquérito aos incidentes.
Angola e Cabo Verde
A Embaixada de Angola em Portugal está atenta ao apuramento de responsabilidades no caso que ocorreu no Bairro da Jamaica, no Seixal (Seúbal), apelando aos cidadãos angolanos que “se abstenham de ações negativas”. Também o presidente de Cabo Verde quer saber informares.
‘Se não nos unirmos, nada vai acontecer”
Moradores do Bairro da Jamaica desmentem versão da PSP e asseguram que a violência policial é comum
Protesto “Enquanto os agentes que pontapearam uma senhora indefesa de 62 anos, como se de lixo se tratasse, continuarem a trabalhar, vamos continuar a manifestar-nos”. Foi assim que os moradores, essencialmente jovens, do Bairro da Jamaica, no Seixal, abordaram na tarde de ontem a onda de violência em vários pontos de Lisboa e Setúbal, motivada pelos conflitos da manhã de domingo entre a PSP e moradores do bairro.
“Não é só o Bairro da Jamaica que está inconformado com o que aconteceu no domingo. Todos os bairros onde há violência policial estão contra o uso de força excessiva e abuso das autoridades”, diz Higina Coxi, moradora que no domingo se envolveu numa cena de pancadaria com outras mulheres, o que motivou a presença da PSP. A sua familiar, Aurora Coxi, também esteve envolvida nas agressões.
“Os agentes da PSP mentem quando dizem que foram recebidos com pedradas”, explica a moradora.
“O meu irmão, que me protegeu das agressões com faca pelas outras mulheres, foi agredido pela PSP e, quando caiu ao chão, arremessou uma pedra ao agente, atingindo-o no peito, não na cara como referem.”
Ana Sofia, moradora no bairro há 13 anos, mostra grande ceticismo face ao resultado do inquérito do Ministério Público e aponta para novas manifestações, como a convocada para a próxima sexta-feira junto à Câmara do Seixal.
“Se não nos unirmos contra a violência policial, nada vai acontecer”, refere a jovem de 18 anos. E acrescentou que, na tarde de segunda-feira, quando cerca de 200 pessoas se manifestaram na Baixa lisboeta resultando em confrontos entre Polícia e protestantes, apenas quatro ou cinco eram do Bairro da Jamaica. “As restantes eram de bairros solidários connosco”, afirma.
O sentimento de revolta é evidente neste que é um dos maiores bairros ilegais do país e onde decorre atualmente um processo de realojamento em massa.
Sessenta e quatro famílias de um dos lotes já foram realojadas e a Autarquia tem em fase de aquisição 3 8 novas casas para realojar as famílias do segundo lote.
É expectável que até 2022 o bairro desapareça e sejam atribuídas casas às 170 famílias residentes, num esforço financeiro de 15 milhões de euros, da Autarquia e do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana.
Marcelo recusa “generalizar” comportamento de polícias
Política Nem das forças de segurança nem das comunidades: Marcelo Rebelo de Sousa recusa que comportamentos individuais sejam generalizados de forma a abranger todo um grupo social ou profissional – mesmo que a investigação do Ministério Público indique a existência de “comportamentos criminalmente censuráveis”. “Não se pode generalizar”, disse, sobretudo quando “o tom da campanha política vai subindo”.
As palavras do presidente da República foram secundadas pelo PCP, para quem generalizar atitudes teria como efeito “animar um ambiente de insegurança e intranquilidade”.
O Bloco de Esquerda, todavia, carregou no tom. “As forças de segurança desempenham uma função essencial e não deveriam ser manchadas por alguns elementos racistas e violentos e pela impunidade com que, muitas vezes, estas situações são tratadas.” Catarina Martins insistiu que a manifestação de anteontem foi “maioritariamente pacífica” e apelou aos jovens que “não caiam no erro de responder à violência com violência”.
Não quis todavia responder se Joana Mortágua terá instigado à violência, ao publicar no Facebook um vídeo com o comentário “4 minutos de violência policial no bairro da Jamaica”.
A publicação na rede social foi atacada pelo PSD de Lisboa, que desafiou Mortágua e o Bloco de Esquerda a explicar “os distúrbios” da última semana e criticou o silêncio do Governo.
PS E PSD EM SILÊNCIO
Quanto ao PSD nacional, o presidente Rui Rio escusou comentar o sucedido, por não ter analisado o caso “com a devida atenção”.
Contactado pelo JN, o Partido Socialista também não comentou.
Quanto ao Governo, só ao início da noite o ministro da Administração Interna quebrou o “silêncio ensurdecedor”, nas palavras do líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães. À Lusa, Eduardo Cabrita disse ter “toda a confiança” na Polícia e “a certeza” de que o inquérito em curso vai apurar o sucedido. ALEXANDRA FIGUEIRA
PSP em alerta máximo contra novos ataques a esquadras e viaturas
Rogério Matos
Violência A PSP está em alerta máximo por causa de suspeitas de novos ataques a esquadras e viaturas nos bairros problemáticos de Setúbal e Lisboa. Durante a noite de segunda-feira e a madrugada de ontem ocorreram atos de vandalismo, no que será uma reação às acusações de violência policial no Bairro da Jamaica, no Seixal, e na Baixa lisboeta.
As esquadras nas zonas sensíveis são alvo de “atenção redobrada”, refere ao JN fonte da PSP de Setúbal.
O reforço de policiamento traduz-se na presença de elementos da Unidade Especial de Polícia na esquadra da Bela Vista, em Setúbal, bem como em zonas problemáticas de Odivelas.
Pelas três horas da madrugada de ontem, um grupo indeterminado de indivíduos arremessou três cocktails molotov contra as paredes e entrada da esquadra do Bairro da Bela Vista, tendo danificado o edifício e a viatura particular de um agente da PSP. Os agressores fugiram. Até ao fecho desta edição, não tinham sido identificados.
O ataque apanhou de surpresa os agentes da PSP e também moradores. Alertado pelo clarão, Eduardo Fina, morador em frente à esquadra, acorreu à janela, mas não viu vivalma na rua.
Apenas detetou um agente da PSP a pontapear um cocktail molotov que fora arremessado para a escadaria de acesso à esquadra.
“Antes do clarão não ouvi qualquer barulho que fizesse antever isto, estava tudo calmo”, afirma o morador, de 67 anos.
Durante a manhã, a Polícia Judiciária de Setúbal recolheu indícios no local, mas não são conhecidas detenções.
CONDENAÇÕES
Em Odivelas, na noite de segunda-feira, pelas 21,40 horas, no Bairro da Codivel e na Urbanização Casal da Paradela, na Póvoa de Santo Adrião, novos arremessos de cocktail molotov resultaram na destruição de 11 caixotes do lixo e quatro viaturas parqueadas na via pública. Outros cinco automóveis sofreram danos. Na sequência desta onda de violência, um jovem de 18 anos foi detido por fogo posto, mas acabou libertado.
O Sindicato Nacional da Polícia condenou os atos e responsabiliza as “declarações insensatas de responsáveis políticos e da Associação SOS Racismo” pelos “incentivos gratuitos à violência contra polícias”.
Por seu lado, forças políticas locais criticam a falta de meios e efetivos nas forças de segurança. “O Governo tem que dar um sinal concreto de apoio às forças de segurança, que tão maltratadas têm sido nos últimos anos”, lê-se em nota do PSD de Setúbal.
Já o CDS de Odivelas considera ser “evidente a falta de meios humanos e de meios móveis da esquadra da PSP de Odivelas e da esquadra de Trânsito da PSP da Póvoa de Santo Adrião”.
Incendiário solto
Um jovem de 18 anos detido em Santo António dos Cavaleiros, concelho de Loures, saiu em liberdade, indiciado por fogo posto. O caso vai ser investigado com a colaboração da PSP.
IGAI e MP averiguam
A Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) está a acompanhar o inquérito da PSP para apurar eventuais responsabilidades sobre a intervenção policial no Bairro da Jamaica, Seixal. Também o Ministério Público (MP) abriu um inquérito aos incidentes.
Angola e Cabo Verde
A Embaixada de Angola em Portugal está atenta ao apuramento de responsabilidades no caso que ocorreu no Bairro da Jamaica, no Seixal (Seúbal), apelando aos cidadãos angolanos que “se abstenham de ações negativas”. Também o presidente de Cabo Verde quer saber informares.
‘Se não nos unirmos, nada vai acontecer”
Moradores do Bairro da Jamaica desmentem versão da PSP e asseguram que a violência policial é comum
Protesto “Enquanto os agentes que pontapearam uma senhora indefesa de 62 anos, como se de lixo se tratasse, continuarem a trabalhar, vamos continuar a manifestar-nos”. Foi assim que os moradores, essencialmente jovens, do Bairro da Jamaica, no Seixal, abordaram na tarde de ontem a onda de violência em vários pontos de Lisboa e Setúbal, motivada pelos conflitos da manhã de domingo entre a PSP e moradores do bairro.
“Não é só o Bairro da Jamaica que está inconformado com o que aconteceu no domingo. Todos os bairros onde há violência policial estão contra o uso de força excessiva e abuso das autoridades”, diz Higina Coxi, moradora que no domingo se envolveu numa cena de pancadaria com outras mulheres, o que motivou a presença da PSP. A sua familiar, Aurora Coxi, também esteve envolvida nas agressões.
“Os agentes da PSP mentem quando dizem que foram recebidos com pedradas”, explica a moradora.
“O meu irmão, que me protegeu das agressões com faca pelas outras mulheres, foi agredido pela PSP e, quando caiu ao chão, arremessou uma pedra ao agente, atingindo-o no peito, não na cara como referem.”
Ana Sofia, moradora no bairro há 13 anos, mostra grande ceticismo face ao resultado do inquérito do Ministério Público e aponta para novas manifestações, como a convocada para a próxima sexta-feira junto à Câmara do Seixal.
“Se não nos unirmos contra a violência policial, nada vai acontecer”, refere a jovem de 18 anos. E acrescentou que, na tarde de segunda-feira, quando cerca de 200 pessoas se manifestaram na Baixa lisboeta resultando em confrontos entre Polícia e protestantes, apenas quatro ou cinco eram do Bairro da Jamaica. “As restantes eram de bairros solidários connosco”, afirma.
O sentimento de revolta é evidente neste que é um dos maiores bairros ilegais do país e onde decorre atualmente um processo de realojamento em massa.
Sessenta e quatro famílias de um dos lotes já foram realojadas e a Autarquia tem em fase de aquisição 3 8 novas casas para realojar as famílias do segundo lote.
É expectável que até 2022 o bairro desapareça e sejam atribuídas casas às 170 famílias residentes, num esforço financeiro de 15 milhões de euros, da Autarquia e do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana.
Marcelo recusa “generalizar” comportamento de polícias
Política Nem das forças de segurança nem das comunidades: Marcelo Rebelo de Sousa recusa que comportamentos individuais sejam generalizados de forma a abranger todo um grupo social ou profissional – mesmo que a investigação do Ministério Público indique a existência de “comportamentos criminalmente censuráveis”. “Não se pode generalizar”, disse, sobretudo quando “o tom da campanha política vai subindo”.
As palavras do presidente da República foram secundadas pelo PCP, para quem generalizar atitudes teria como efeito “animar um ambiente de insegurança e intranquilidade”.
O Bloco de Esquerda, todavia, carregou no tom. “As forças de segurança desempenham uma função essencial e não deveriam ser manchadas por alguns elementos racistas e violentos e pela impunidade com que, muitas vezes, estas situações são tratadas.” Catarina Martins insistiu que a manifestação de anteontem foi “maioritariamente pacífica” e apelou aos jovens que “não caiam no erro de responder à violência com violência”.
Não quis todavia responder se Joana Mortágua terá instigado à violência, ao publicar no Facebook um vídeo com o comentário “4 minutos de violência policial no bairro da Jamaica”.
A publicação na rede social foi atacada pelo PSD de Lisboa, que desafiou Mortágua e o Bloco de Esquerda a explicar “os distúrbios” da última semana e criticou o silêncio do Governo.
PS E PSD EM SILÊNCIO
Quanto ao PSD nacional, o presidente Rui Rio escusou comentar o sucedido, por não ter analisado o caso “com a devida atenção”.
Contactado pelo JN, o Partido Socialista também não comentou.
Quanto ao Governo, só ao início da noite o ministro da Administração Interna quebrou o “silêncio ensurdecedor”, nas palavras do líder parlamentar do CDS, Nuno Magalhães. À Lusa, Eduardo Cabrita disse ter “toda a confiança” na Polícia e “a certeza” de que o inquérito em curso vai apurar o sucedido. ALEXANDRA FIGUEIRA
PSP em alerta máximo contra novos ataques a esquadras e viaturas
Rogério Matos
Violência A PSP está em alerta máximo por causa de suspeitas de novos ataques a esquadras e viaturas nos bairros problemáticos de Setúbal e Lisboa. Durante a noite de segunda-feira e a madrugada de ontem ocorreram atos de vandalismo, no que será uma reação às acusações de violência policial no Bairro da Jamaica, no Seixal, e na Baixa lisboeta.
As esquadras nas zonas sensíveis são alvo de “atenção redobrada”, refere ao JN fonte da PSP de Setúbal.
O reforço de policiamento traduz-se na presença de elementos da Unidade Especial de Polícia na esquadra da Bela Vista, em Setúbal, bem como em zonas problemáticas de Odivelas.
Pelas três horas da madrugada de ontem, um grupo indeterminado de indivíduos arremessou três cocktails molotov contra as paredes e entrada da esquadra do Bairro da Bela Vista, tendo danificado o edifício e a viatura particular de um agente da PSP. Os agressores fugiram. Até ao fecho desta edição, não tinham sido identificados.
O ataque apanhou de surpresa os agentes da PSP e também moradores. Alertado pelo clarão, Eduardo Fina, morador em frente à esquadra, acorreu à janela, mas não viu vivalma na rua.
Apenas detetou um agente da PSP a pontapear um cocktail molotov que fora arremessado para a escadaria de acesso à esquadra.
“Antes do clarão não ouvi qualquer barulho que fizesse antever isto, estava tudo calmo”, afirma o morador, de 67 anos.
Durante a manhã, a Polícia Judiciária de Setúbal recolheu indícios no local, mas não são conhecidas detenções.
CONDENAÇÕES
Em Odivelas, na noite de segunda-feira, pelas 21,40 horas, no Bairro da Codivel e na Urbanização Casal da Paradela, na Póvoa de Santo Adrião, novos arremessos de cocktail molotov resultaram na destruição de 11 caixotes do lixo e quatro viaturas parqueadas na via pública. Outros cinco automóveis sofreram danos. Na sequência desta onda de violência, um jovem de 18 anos foi detido por fogo posto, mas acabou libertado.
O Sindicato Nacional da Polícia condenou os atos e responsabiliza as “declarações insensatas de responsáveis políticos e da Associação SOS Racismo” pelos “incentivos gratuitos à violência contra polícias”.
Por seu lado, forças políticas locais criticam a falta de meios e efetivos nas forças de segurança. “O Governo tem que dar um sinal concreto de apoio às forças de segurança, que tão maltratadas têm sido nos últimos anos”, lê-se em nota do PSD de Setúbal.
Já o CDS de Odivelas considera ser “evidente a falta de meios humanos e de meios móveis da esquadra da PSP de Odivelas e da esquadra de Trânsito da PSP da Póvoa de Santo Adrião”.
Incendiário solto
Um jovem de 18 anos detido em Santo António dos Cavaleiros, concelho de Loures, saiu em liberdade, indiciado por fogo posto. O caso vai ser investigado com a colaboração da PSP.
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A Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) está a acompanhar o inquérito da PSP para apurar eventuais responsabilidades sobre a intervenção policial no Bairro da Jamaica, Seixal. Também o Ministério Público (MP) abriu um inquérito aos incidentes.
Angola e Cabo Verde
A Embaixada de Angola em Portugal está atenta ao apuramento de responsabilidades no caso que ocorreu no Bairro da Jamaica, no Seixal (Seúbal), apelando aos cidadãos angolanos que “se abstenham de ações negativas”. Também o presidente de Cabo Verde quer saber informares.
‘Se não nos unirmos, nada vai acontecer”
Moradores do Bairro da Jamaica desmentem versão da PSP e asseguram que a violência policial é comum
Protesto “Enquanto os agentes que pontapearam uma senhora indefesa de 62 anos, como se de lixo se tratasse, continuarem a trabalhar, vamos continuar a manifestar-nos”. Foi assim que os moradores, essencialmente jovens, do Bairro da Jamaica, no Seixal, abordaram na tarde de ontem a onda de violência em vários pontos de Lisboa e Setúbal, motivada pelos conflitos da manhã de domingo entre a PSP e moradores do bairro.
“Não é só o Bairro da Jamaica que está inconformado com o que aconteceu no domingo. Todos os bairros onde há violência policial estão contra o uso de força excessiva e abuso das autoridades”, diz Higina Coxi, moradora que no domingo se envolveu numa cena de pancadaria com outras mulheres, o que motivou a presença da PSP. A sua familiar, Aurora Coxi, também esteve envolvida nas agressões.
“Os agentes da PSP mentem quando dizem que foram recebidos com pedradas”, explica a moradora.
“O meu irmão, que me protegeu das agressões com faca pelas outras mulheres, foi agredido pela PSP e, quando caiu ao chão, arremessou uma pedra ao agente, atingindo-o no peito, não na cara como referem.”
Ana Sofia, moradora no bairro há 13 anos, mostra grande ceticismo face ao resultado do inquérito do Ministério Público e aponta para novas manifestações, como a convocada para a próxima sexta-feira junto à Câmara do Seixal.
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O sentimento de revolta é evidente neste que é um dos maiores bairros ilegais do país e onde decorre atualmente um processo de realojamento em massa.
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É expectável que até 2022 o bairro desapareça e sejam atribuídas casas às 170 famílias residentes, num esforço financeiro de 15 milhões de euros, da Autarquia e do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana.
Marcelo recusa “generalizar” comportamento de polícias
Política Nem das forças de segurança nem das comunidades: Marcelo Rebelo de Sousa recusa que comportamentos individuais sejam generalizados de forma a abranger todo um grupo social ou profissional – mesmo que a investigação do Ministério Público indique a existência de “comportamentos criminalmente censuráveis”. “Não se pode generalizar”, disse, sobretudo quando “o tom da campanha política vai subindo”.
As palavras do presidente da República foram secundadas pelo PCP, para quem generalizar atitudes teria como efeito “animar um ambiente de insegurança e intranquilidade”.
O Bloco de Esquerda, todavia, carregou no tom. “As forças de segurança desempenham uma função essencial e não deveriam ser manchadas por alguns elementos racistas e violentos e pela impunidade com que, muitas vezes, estas situações são tratadas.” Catarina Martins insistiu que a manifestação de anteontem foi “maioritariamente pacífica” e apelou aos jovens que “não caiam no erro de responder à violência com violência”.
Não quis todavia responder se Joana Mortágua terá instigado à violência, ao publicar no Facebook um vídeo com o comentário “4 minutos de violência policial no bairro da Jamaica”.
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Intervenção do Estado nas decisões da CGD teve "influência adversa"
A EY identificou, sobretudo, três situações originadas pelas estratégias definidas por sucessivos governos.
A intervenção do Estado nas decisões da Caixa Geral de Depósi…
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pedro ivo carvalhoHoje às 00:07Facebook Twitter PartilharPodemos optar pela resposta cautelosa: muito dificilmente.
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