1) O bairro da Jamaica
 
O bairro da Jamaica é um enorme aglomerado populacional clandestino que se situa no concelho do Seixal.

Quem veja na televisão as condições de construção onde as pessoas vivem e os arruamentos do sítio percebe facilmente que algo não está bem.

Neste tipo de bairros os equipamentos sociais de apoio aos jovens e crianças são inexistentes ou não conseguem suprir as necessidades.

Os pais trabalham todo o dia e muitas vezes as crianças ficam à sua sorte.

As condições sociais facilitam a marginalidade e a delinquência juvenil, como sucede noutros locais similares.

Na periferia de Lisboa existem muitos bairros ditos problemáticos que partilham o mesmo tipo de condições.

Há que pensar numa intervenção social integrada para um determinado tipo de localidades, sob pena de estarmos a criar verdadeiros barris de pólvora que um dia irão explodir.

Não é por acaso o que tem acontecido em alguns bairros da periferia de Paris.

A auditoria à Caixa Geral de Depósitos
Foi conhecida esta semana a auditoria à Caixa Geral de Depósitos e os resultados são elucidativos.

O maior banco português foi gerido de forma pouco profissional, desrespeitando os critérios elementares de concessão de crédito.

Quais as consequências destes actos?

Em primeiro lugar houve necessidade de se efectuar um aumento do capital social. Em segundo lugar foi restruturada a rede de balcões e diminuiu-se o número de colaboradores.

Em suma, devido a actos de gestão de alguns administradores, os contribuintes tiveram de suportar uma pesada factura, bem como os trabalhadores da instituição e alguns utentes de lugares mais remotos ficaram prejudicados.

Quem causou danos à instituição, para além do seu salário parece que ainda recebeu um bónus…

A concessão de crédito obedece a regras elementares de análise de risco.

Para que alguém obtenha um empréstimo avultado necessita de apresentar um projecto financeiramente viável e garantias de que irá reembolsar o capital à instituição de crédito.

Em situações comuns, os bancos são muito prudentes quando emprestam o dinheiro a alguém ( que o digam os pequenos empresários que muitas vezes não conseguem financiamentos).

Se existe tanto cuidado em emprestar pequenas somas, por maioria de razão o cuidado deverá ser redobrado quando os montantes são maiores.

Se um analista de risco “chumba” um empréstimo, têm de existir razões muito fundadas para se ultrapassar tal parecer técnico.

Quando estão em causa dezenas ou centenas de milhões de euros de dinheiros públicos as decisões têm de ser escrutináveis e facilmente compreensíveis.

A gestão do dinheiro do maior banco nacional, com uma estrutura accionista integralmente pública, é algo de muito sério que pode colocar em causa toda a comunidade.

Ao longo de anos verificamos que muitas pessoas foram nomeadas como administradores da CGD por critérios de oportunidade política e não devido às suas competências técnicas, o que é preocupante.

Um reputado analista de risco afirmou um dia: ” O dinheiro é uma coisa muito séria, com o dinheiro não se brinca, especialmente se for dos outros”. 

3. O pleno das greves na Justiça
Esta semana a ASFIC, associação de inspectores da Polícia Judiciária, anunciou que irá fazer greve em Fevereiro.

Com mais este anúncio efectua-se o pleno entre as principais classes profissionais do Ministério da Justiça.

Depois de juízes, procuradores, oficiais de justiça, funcionários dos registos e notariado e guardas prisionais, os inspectores da PJ também anunciaram a sua greve.

A conjugação de greves destas classes profissionais é um momento de contestação histórico que ocorre poucas vezes.

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