SÁBADO, 28-09-2022 por Paulo Lona, Secretário-Geral do SMMP

É importante que se multipliquem estes eventos aproximando o mundo da justiça e seus profissionais, nomeadamente magistrados e advogados, com o mundo da academia (professores e estudantes universitários) e a realidade cultural nas diversas formas que esta pode assumir, como o cinema e o teatro.    

No próximo dia 29 de setembro, em Coimbra, irá iniciar-se um ciclo de cinema e direito que junta na sua organização a Direção Regional de Coimbra do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, a Direção Regional do Centro da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, o Conselho Regional de Coimbra da Ordem dos Advogados, a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e a instituição Caminhos do Cinema Português.

Serão exibidos três filmes em sessões abertas ao público em geral e com entrada gratuita (29 de setembro, 20 de outubro e 24 de novembro).

O objetivo deste evento, juntando profissionais do direito/justiça (magistrados judiciais, magistrados do Ministério Público, advogados e académicos) e do cinema, tendo como pano de fundo a visualização conjunta de filmes que abordam temáticas da justiça, é, por um lado, cimentar as relações entre os diversos operadores da justiça e entre estes e os estudantes/estudiosos de Direito, e, por outro lado, aproximar os mundos do direito/justiça e do cinema nas suas especificas linguagens.

Os filmes serão apresentados e comentados por diversos convidados, que serão realizadores, advogados, magistrados e professores universitários da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

Após cada filme, no debate que se seguirá, será possível confrontar as diferentes perspetivas dos profissionais do direito/justiça e do cinema.

Todas as obras em exibição são sobre casos penais, de diferentes geografias e estilos e que espelham diversos aspetos da realização da justiça (a deliberação de um júri, o julgamento social de um suspeito e a condenação à morte de um inocente).

O primeiro filme, a ser exibido já no próximo dia 29, será o clássico do cinema “Doze Homens em Fúria” de Sidney Lumet, do ano de 1957, no qual “num julgamento de um assassinato cometido por um adolescente, os membros do júri devem chegar a um consenso sobre o veredito. Onze deles votam pela condenação do arguido, mas um deles acredita na inocência do jovem e tenta convencer os outros a mudarem a sua votação, dando início a um conflito que ameaça inviabilizar o delicado processo que vai decidir o destino do acusado”.

Por sua vez, o segundo filme, a ser exibido a 20 de outubro, será “A Caça”, com argumento e realização de Thomas Vinterberg, é um filme dramático, dinamarquês, do ano de 2012, em que, de acordo com a sinopse, “Depois de um duro divórcio, Lucas, 40 anos, tem uma nova namorada, um novo trabalho e está a tentar recuperar a sua relação com o filho adolescente, Marcus. Mas uma mentira que se espalha como um vírus vai mudar a vida de Lucas. A desconfiança abate-se sobre a pequena comunidade e Lucas é obrigado a lutar para salvar a sua dignidade”.

Por fim, no dia 24 novembro, terminando o ciclo, será o exibido o filme dramático “O Perdão” de Maryam Moghadam, Behtash Sanaeeha (2020, Irão/França), em que de acordo com a respetiva sinopse “A vida de Mina é virada do avesso quando descobre que o marido Babak estava inocente do crime pelo qual foi executado. As autoridades pedem desculpa pelo erro e oferecem a hipótese de compensação financeira. Mina inicia uma batalha silenciosa contra um sistema cínico por ela e pela sua filha. Quando o dinheiro dela começa a chegar ao fim, um estranho chamado Reza bate-lhe à porta, a dizer que veio saldar uma dívida que tinha para com Babak. Mina começa por ficar reticente, mas vai deixando que Reza entre na sua vida, alheia ao segredo que os liga”.

Este evento apresenta, tendo como pano de fundo três filmes, a peculiaridade de juntar profissionais do cinema e do direito/justiça com o mundo académico numa partilha de linguagens, conhecimentos e perceções da realidade.

É importante que se multipliquem estes eventos aproximando o mundo da justiça e seus profissionais, nomeadamente magistrados e advogados, com o mundo da academia (professores e estudantes universitários) e a realidade cultural nas diversas formas que esta pode assumir, como o cinema e o teatro.   

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