JORNAL NOTÍCIAS  – 27-02-2019

Sindicato promete endurecer luta se se mantiver intenção de alterar composição do Conselho

A greve dos procuradores do Ministério Público (MP) afetou, de forma significativa todos os tribunais dos distritos judiciais de Coimbra e Porto (de Leiria a Miranda do Douro), obrigando ao adiamanto de centenas de diligencias, incluindo processos com presos preventivos.

Adão Carvalho, do Sindicato dos Magistrados do MP, realçando uma “adesão superior a 90 %”, reiterou que a greve que termina amanhã visa, exclusivamente, manifestar o repúdio da classe pela alegada intenção do poder político em controlar o Conselho Superior daquela magistratura.

Em declarações ao JN, o procurador negou que na génese da greve esteja qualquer reivindicação salarial ou outro qualquer benefício, mas apenas “a continuação da independência do MP”, reafirmando que a medida, que está a ser avaliada, de alteração da composição do Conselho Superior do MP, acabando com a maioria de procuradores, pode pôr em causa investigação e combate à corrupção. “Se os dois principais partidos aprovaram há 26 anos o atual modelo, porque querem agora alterá-lo?

Não será porque se começou a investigar políticos e banqueiros?”, questionou.

Adão Carvalho garantiu ainda que se não houver recuo na intenção política, os procuradores poderão endurecer a “luta pela independência”.

Segundo o representante da estrutura sindical, a greve de ontem teve a adesão de “mais de 600 procuradores”.
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