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PS: um arranque perfeito para uma campanha terrível

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PS: um arranque perfeito para uma campanha terrível

Daniel Oliveira

Pedro Nuno Santos uniu o PS, afastou a sombra de Costa, insistiu no seu argumento de defesa e ataque – decido, faço e por isso erro; Montenegro é incapaz de fazer escolhas. Mas foi mais longe do que isso. Optou pela clarificação política e programática que obrigaria Montenegro, a quem não chega desgastar o opositor, a ir a jogo. O arranque de Pedro Nuno Santos não lhe poderia ter corrido melhor. Agora, começa uma campanha terrível

A primeira tarefa de Pedro Nuno Santos era a de unir o partido. Com uma lista única, uma moção com votação esmagadora, os “costistas” alinhados e o congresso totalmente rendido, esse é um assunto resolvido. Haverá pequenas escaramuças internas para ocupar as listas, mas o debate da unidade só regressará se o novo líder perder as eleições e provavelmente apenas em torno da decisão de viabilizar ou não um governo da direita. Até lá, o primeiro objetivo foi plenamente cumprido.

Quanto à sombra de António Costa, a sua intervenção de sexta-feira só seria um problema se Pedro Nuno Santos não estivesse à altura, nos dois dias seguintes. Esteve plenamente. Diria que o superou. O ainda primeiro-ministro fez um longo balanço do seu legado, tratando do essencial destes oito anos, dando assim espaço para que o novo líder dissesse, depois de muitos elogios a Costa, que “é a nossa vez de iniciar uma nova etapa “. “Nossa”, da geração nascida depois do 25 de abril. Costa teve o cuidado de encaminhar toda a sua intervenção para um final em que fez, sem conselhos ou paternalismos, a ponte para a nova liderança. Segundo objetivo cumprido: afastar a sombra de Costa, sem renegar o seu legado, que é um ativo para os eleitores que o PS tem neste momento. Com a mira na candidatura a um lugar na Europa, se o Ministério Público “autorizar”, Costa manter-se-á alinhado com o seu sucessor.

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“Não há coincidências entre ‘timings’ políticos e os da PGR”

“N ão há coincidências em política e sobretudo não há coincidências entre os ‘timings’ políticos e os ‘timings’ da Procuradoria-Geral [da República], como já se viu por várias outras vezes”, considerou Ferro Rodrigues, à entrada do 24.º Congresso Nacional do PS, que termina hoje na Feira Internacional de Lisboa (FIL).

O ex-presidente da Assembleia da República defendeu que a campanha eleitoral não se deve transformar “numa campanha de debate sobre processos, sejam eles quais forem”.

Ferro rejeitou “fazer balanços sobre o passado” dizendo que hoje é “dia de Pedro Nuno Santos, é dia de PS”.

O socialista, que liderou o partido entre 2002 e 2004, elogiou Pedro Nuno Santos, a quem disse querer dar “um grande abraço”, bem como a António Costa, que vai estar presente no último dia da reunião magna socialista.

Interrogado sobre a carreira política de António Costa, Ferro Rodrigues respondeu: “Não acabou, também estou convencido que não acabou. Acho que António Costa pode ter o futuro que ele próprio quiser e que os portugueses quiserem”.

Ferro garantiu que fará “não envolvido diretamente na campanha e com outras pessoas, a defesa permanente do estado direito democrático e da democracia portuguesa” que considerou que “correm riscos”. ?

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