18/09/2021 | Imprensa, Notícias do dia
COMISSÕES DE 10% NA VENDA
A INVESTIDOR AMERICANO
CARLOS JANELA É UM DOS INTERMEDIÁRIOS COM DIREITO A PRÉMIO NA OPERAÇÃO QUE PRETENDE TRANSFERIR TÍTULOS DE VIEIRA E DO ‘REI DOS FRANGOS’
PARA EMPRESÁRIO JOHN TEXTOR
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NEGÓCIO BOLSISTA
Ações do Benfica geram comissão de 5 milhões
ANTÓNIO SÉRGIO AZENHA
VENDA DE TÍTULOS
DADO © Conclusão do negócio entre José António dos Santos e John Textor dará comissão de 10% sobre contrato de 50 milhões de euros DESTINO © Comissão será paga a dois portugueses que terão participado nas negociações do acordo
A concretização do negócio da compra e venda de 25% das ações da Benfica SAD, celebrado entre José António dos Santos e John Textor, dará lugar ao pagamento a dois alegados intermediários de uma comissão de 10%: sendo o valor da operação de 50 milhões de euros, a comissão será de cinco milhões de euros. Os destinatários desta comissão serão, segundo apurou o CM, dois cidadãos portugueses. Um deles será Carlos Janela, ex-dirigente desportivo.
Os dois alegados intermediários terão participado na aproximação entre Santos, empresário conhecido como ‘Rei dos Frangos’, e Textor, investidor americano, e contribuído para o acordo final celebrado entre as partes em junho último. No início deste ano, Janela terá comunicado ao ‘Rei dos Frangos’ o interesse de Textor em fazer investimentos no Benfica. Quanto ao outro cidadão português, cujo nome não foi possível apurar, terá atuado em representação do investidor americano.
A comissão de cinco milhões de euros deverá ser paga em partes iguais aos dois alegados intermediários. Uma parte dessa comissão será destinada ao pagamento do trabalho do responsável do banco de investimento que preparou a operação financeira.
Os dois alegados intermediários estiveram presentes na reunião do ‘Rei dos Frangos’ com Textor no Hotel Ritz Four Seasons, em Lisboa, em meados de abril último. Janela terá estado também presente no encontro que, no dia seguinte, juntou Luís Filipe Vieira e Textor no escritório de José António dos Santos, em Torres Vedras.
Neste tipo de negócios, a comissão a pagar aos intermediários varia entre 5% e 10% do valor do contrato. Regra geral, o princípio é o seguinte: quanto maior for o preço de venda, maior é a comissão. Até ao final deste ano, o contrato de aquisição de 25% das ações da Benfica SAD está suspenso. Santos e Textor decidiram aguardar pela realização das eleições do Benfica e avaliar depois se há condições para a concretização do negócio.
O CM contactou, esta sexta-feira, Carlos Janela, mas este não atendeu o telemóvel, não respondeu à SMS e não devolveu a chamada.
Intermediários foram apanhados nas escutas
Os dois alegados intermediários na venda das ações da Benfica SAD foram apanhados em escutas telefónicas na investigação a Luís Filipe Vieira. Carlos Janela e o outro português terão falado sobre o negócio e combinado a vinda de John Textor a Portugal.
Santos e Textor com dois contratos de compra e venda
O negócio de 50 milhões de euros entre Santos e Textor envolve dois contratos: um diz respeito à compra da participação de 16,35% que a família de Santos tem na Benfica SAD, por 32 milhões de euros; o outro diz respeito à aquisição dos restantes cerca de 9% de participação, que Santos ficou de comprar a outros, por 18 milhões.
Aquisição aos Jugais deixou de ter efeito
José António dos Santos fez um acordo com a Quinta de Jugais, para lhe comprar a participação de 3% no capital social da Benfica SAD, que venderia depois a Textor. O acordo foi revogado por ambas as partes.
José Guilherme mantém operação
O contrato celebrado entre Santos e José Guilherme, construtor civil da Amadora, está em vigor. Santos comprará ao construtor a participação de cerca de 3,65% que ele tem no capital da Benfica SAD.
Investigação criminal revela negociações
O negócio entre Santos e Textor foi revelado na sequência da investigação do Ministério Público a Luís Filipe Vieira. A revelação ocorreu em julho último, quando Vieira foi detido para interrogatório.
Comprador mistério oferece a Vieira 5,9 milhões  por ações da Benfica SAD
Luís Filipe Vieira tem uma proposta para vender as ações da Benfica SAD por cerca de 5,9 milhões de euros. O nome do comprador é desconhecido. Foi o ex-presidente do Benfica quem comunicou à direção das águias que tinha um comprador para as suas ações da Benfica SAD. O comprador ofereceu o preço de 7,80 euros por ação, o que permitirá a Vieira encaixar cerca de 5,9 milhões de euros. Vieira tem 3,28% do capital social da Benfica SAD. Vieira deu ao Benfica a possibilidade de exercer o direito de preferência na compra dos títulos.
PORMENORES
Decisão no pós-eleições
O Benfica pediu a Luís Filipe Vieira para discutir a venda das suas ações da Benfica SAD depois das eleições no clube, que se realizam a 9 de outubro.
Direito de preferência
O prazo para o Benfica exercer o direito de preferência na compra das ações de Vieira terminou a 16 de setembro. Vieira não respondeu ao pedido do Benfica e o Benfica não tomou posição sobre o direito de preferência.
Condições concretas
O Benfica diz que Vieira não revelou o comprador das ações e as condições do negócio.
Prejuízo inédito há oito anos
Pela primeira vez, desde a época de 2012/13, o Benfica apresentou prejuízo: ao fim de oito anos, em 2020/21, os encarnados fecharam a época com um resultado negativo de 9,018 milhões de euros, segundo o relatório e contas.
O prejuízo de pouco mais de nove milhões de euros diz respeito ao clube e não à SAD. Por comparação, em 2012/13, o clube registou um prejuízo de cerca de 8,4 milhões de euros.
O passivo do Benfica caiu para 75,97 milhões de euros, sendo o montante mais baixo em 11 anos. O ativo do clube baixou também, atingindo 97,6 milhões de euros. O Benfica informou que, apesar da pandemia de Covid-19, tem 244 065 sócios ativos, menos 1125 do que na época de 2019/20.
NEGÓCIOS DO FUTEBOL
BOLSA | CAPITALIZAÇÃO EM ALTA
O interesse de John Textor em investir no Benfica tem contribuído, desdejulho último. para a valorização das ações em Bolsa. No fecho da sessão bolsista de ontem, cada título da Benfica SAD valia 4.82 euros, uma queda de 0.03 euros face ao dia anterior. Em Bolsa, o Benfica vale 110,8 milhões de euros.
CMVM | REGULADOR ACOMPANHA
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). liderada por Gabriela Figueiredo Dias, estã a acompanhar o negócio entre José António dos Santos e John Textor. Face á noticia de que Luís Filipe Vieira vai vender as ações da Benfica SAD, a CMVM questionou Santos, Textor e Vieira sobre o tema.
PARLAMENTO | BANCOS NA COMISSÃO DE INQUÉRITO PARLAMENTAR AO NOVO BANCO. VIEIRA DISSE QUE FOI PARA O BENFICA A PEDIDO DE VÃRIOS BANCOS, QUE QUERIAM VIABILIZAR O CLUBE.
ELEIÇÕES | RUI COSTA CANDIDATO
Rui Costa assumiu a presidência do Benfica na sequência de Luís Filipe Vieira ter apresentado, em 16 de julho último, a renúncia ao cargo de presidente do Benfica. Vieira deixou o cargo por estar a ser investigado pelo Ministério Público num processo relacionado com suspeitas de alegado desvio de 2,5 milhões de euros do Benfica.
				
					
			
					
				
															
					
					18/09/2021 | Imprensa, Notícias do dia
Notícia
Líder do Bloco: “O PS finalmente percebeu que o teletrabalho tem de ter uma regulação no Código do Trabalho”
“Matérias tão importante como quem é que paga as despesas do teletrabalho sejam imperativas e não opcionais, o facto de haver horários de trabalho, continuar a existir contacto entre os trabalhadores e as organizações que os representam, parece existir neste momento acordo para esse passo importante.”
A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou hoje que aparentemente o PS “finalmente percebeu que o teletrabalho tem de ter uma regulação no Código do Trabalho”, assinalando um acordo para este “passo importante” que os bloquistas têm defendido.
No final de uma arruada com Carla Castelo, a cabeça de lista independente à Câmara de Oeiras de uma coligação que o BE integra juntamente com o Livre e o Volt, Catarina Martins foi questionada sobre as propostas na área laboral que foram conhecidas na sexta-feira após uma reunião da Concertação Social.
“Do ponto de vista concreto, estamos ainda em sinais numa área muito específica. Em todo o caso, eu devo registar que aparentemente – e esperemos que até à votação assim se mantenha – o Partido Socialista tenha compreendido finalmente que o teletrabalho não pode ser regulado por acordo individual entre o empregador e o trabalhador porque o trabalhador fica frágil e acaba por aceitar qualquer coisa para não perder o seu emprego”, afirmou.
A luta do BE, de acordo com a líder do partido, tem sido para que o teletrabalho seja regulado no Código do Trabalho.
“E matérias tão importantes como quem é que paga as despesas do teletrabalho sejam imperativas e não opcionais, o facto de haver horários de trabalho, continuar a existir contacto entre os trabalhadores e as organizações que os representam, parece existir neste momento acordo para esse passo importante”, anunciou.
Para Catarina Martins, “será muito positivo que assim seja”, ressalvando que ainda só se “está no teletrabalho” e “falta tudo o resto” nas questões laborais.
À pergunta dos jornalistas sobre o sinal que pode representar para as negociações orçamentais este passo, a coordenadora do BE foi mais cautelosa, mas registou que é um “passo importante” e pelo qual os bloquistas lutaram.
“Esperamos que, compreendendo que é importante para o teletrabalho, se perceba que os trabalhadores por turno, quem tem trabalho noturno, os trabalhadores precários, quem está em ‘outsourcing’ também precisam de regras definidas de forma imperativa para defender os seus direitos”, apelou.
“Aparentemente, o PS finalmente percebeu que o teletrabalho tem de ter uma regulação no Código do Trabalho. Estamos a falar do teletrabalho ainda só, mas registamos que vale a pena fazer este esforço”, insistiu.
O apelo de Catarina Martins é objetivo: “Se houve este passo para a lei do teletrabalho que se faça este passo fundamental em todas as áreas que mexem com os milhões de trabalhadores em Portugal”.