Duas correntes rosa no lamaçal

O país está submerso, há uma semana, num lamaçal político, com repercussões tentaculares em diversas instituições. Depois de termos sido varridos por um tsunami judicial que detonou o Governo, eis que surgem outros episódios que descredibilizam o funci…

A insustentável leveza de ser juiz

OPINIÃO

Quinta-feira, dia 19 de outubro. Já depois de várias sessões de julgamento do caso EDP – que julga Ricardo Salgado e Manuel Pinho por suspeitas de corrupção e branqueamento – o país ficou a saber que Margarida Ramos Natário, uma das juízas do …

Operação Influencer. Arguidos em liberdade

Todos os detidos no âmbito da Operação Influencer foram ontem colocados em liberdade pelo juiz de instrução contrariando o pedido do Ministério Público (MP), que tinha defendido a prisão preventiva para Vítor Escária e Diogo Lacerda Machado.

Os dois a…

E não há um pingo de vergonha ao descer tão baixo?

Exclusivo

Opinião

E não há um pingo de vergonha ao descer tão baixo?

Francisco Louçã

Tráfico de influências e atropelamento da atividade económica pela procura de favores, isso existe há anos e em casos comprovados. Promoção do populismo na justiça, não há nisso nada de novo. O que agora espanta é como as encenações se tornaram uma pantomina que só corre atrás de si própria, sem um pingo de vergonha

De repente, o país parece uma pantomina. Nada de novo, dir-se-á. Promiscuidade no trânsito entre governantes e empresas nos setores que antes dirigiram, isso é a história da vida nacional, veja-se a saúde. Empresários e projetos com via verde junto dos gabinetes tem sido a forma de agir que é considerada mais conveniente. Exibição do poder dos intermediários, facilitadores e escritórios da especialidade para tornarem mais expeditas as privatizações e concessões, isso é o mercado no seu esplendor, e não haverá depois ninguém que se lembre de ter começado os desastres da venda dos CTT, da PT, da EDP ou da GALP, ou a entrega da TAP a Neeleman.

As grandes vitórias do mercado serão sempre tão resplandecentes como anónimas. Comissões e envelopes de dinheiro não serão novidade, pois não? Processos judiciais sobre questões cruciais para a democracia serem geridos por fugas de informação, condenações mediáticas e suspeitas sem investigação tem sido o pão nosso de cada dia.

Comunicação repetitiva sobre grandes furos que são extratos de conversas que não podem ser verificadas continua a ser um comércio entre alguns magistrados e a imprensa populista que faz as delícias de uns e outros. Nuvens de poeira, como se um subsídio legal para um festival de música fosse comparável ao negócio das barragens, já vimos disto – e num caso uma pessoa foi detida e no outro as autoridades mobilizaram toda a artilharia para evitar cobrar o imposto de lei. Tudo igual.

Artigo Exclusivo para subscritores

Subscreva já por apenas 1€ por semana. Já é Subscritor? Comprou o Expresso? Insira o código presente na Revista E para continuar a ler ?