Escravos rendem carros

ALENTEJO ? 31 dos 35 detidos pela PJ ficaram ontem em preventiva

Os “elevados ganhos económicos” do tráfico e exploração de migrantes, pelo grupo travado esta semana pela PJ no Alentejo, eram aplicados na compra de carros de luxo, que os membros da rede colocaram em nome de terceiros para “dissimular” a “origem ilícita” do dinheiro, defende o Ministério Público. O juiz Carlos Alexandre aplicou ontem, por “perigo de fuga”, 31 preventivas, oito delas com possibilidade de ficar em prisão domiciliária com pulseira eletrónica (uma é a solicitadora portuguesa suspeita de montar empresas fictícias para a rede).

O grupo, com estrutura constituída por romenos (um casal, mães, irmãos e primos), mas que tinha indianos e, além da solicitadora, portugueses que emprestam o nome e gerem explorações agrícolas, enganava as vítimas (pelo menos 334 num ano). Prometia boas condições e ordenados, mas houve quem nunca tivesse recebido. Outros 100 €/mês. Dezenas viviam juntas em situação degradante. Eram (e as suas famílias nos países de origem) ameaçadas para manter o silêncio. As empresas criadas pela solicitadora serviam para os empresários pagarem e para fugir aos impostos.

PORMENORES
Casal dava ordens
O casal dava ordens a todos os outros elementos do grupo: quando podiam trazer migrantes, de onde, que contas abrir, assinaturas, faturas, distribuição das vítimas pelas explorações. Era tudo ratificado.

4 portugueses soltos
A dupla disciplinava os migrantes que protestavam, fazendo-os mendigar. Tinham um colaborador apenas para as vítimas timorenses ou de origem africana. Quatro portugueses (entre os 35 detidos) saíram em liberdade, com proibição de contactos e apresentações diárias.

Cerco à Justiça

JÁ AS TENTATIVAS DE LINCHAMENTO PÚBLICO DO PROCURADOR NÃO SÃO ADMISSÍVEIS

Sucedem-se as tentativas de condicionamento da Justiça, na sequência da decisão do Ministério Público (MP) de constituir arguida Luísa Salgueiro no caso de corrupção autárquica …

Câmaras ocultas para tirar a carta

DETENÇÃO ? Homem apanhado com dispositivo eletrónico sob a roupa

Um homem de 45 anos foi apanhado a fazer o exame de código para a carta de condução com uma câmara de filmar oculta na zona do peito. Caçado em flagrante, foi detido por elementos da PSP…